O Colóquio Internacional Dinâmicas de Fronteiras encontra-se em sua
quarta edição e vem se consolidando como uma atividade importante na agenda dos
pesquisadores das regiões de fronteiras. Tal relevância é derivada da
preocupação expressa na manutenção de uma estrutura enxuta e de um foco muito
direcionado para estudos específicos que exploram a construção de saberes e de
tecnologias, auxiliando no melhor entendimento e no desenvolvimento de
políticas para tais regiões. Neste sentido, a atividade é articulada entre as
diferentes dimensões que compõem a construção do conhecimento acadêmico e
científico (ensino, pesquisa e extensão), envolvendo a formação dos acadêmicos
dos cursos de graduação e pós-graduação, especialmente o PPg em Sociedade,
Cultura e Fronteiras, mas também a relação com grupos de pesquisa de outras
instituições acadêmicas e com grupos da sociedade civil organizada. Nesta
edição, contamos desde o início com o apoio do Grupo de Pesquisa Tríplice
Fronteira (UNILA), do Observatório Segurança, Infraestrutura e Fronteira
(UNILA) e do Observatório das Migrações nas Regiões de Fronteira (UFGD). Além
de outras equipes onde se encontram investigadores das fronteiras e
organizações da sociedade civil, principalmente as associações de migrantes,
que trabalham em parceria com o LAFRONT em diferentes atividades.
Ao longo do século
XXI, constata-se uma ampliação do número de pesquisas em regiões de fronteira.
A quantidade de publicações, de grupos de pesquisas e até mesmo de programas de
pós-graduação direcionados diretamente ao tema são indicadores importantes
deste aumento. Contudo, o aspecto quantitativo vem sendo acompanhado de
mudanças qualitativas que exigem uma atenção especial e constante. Em linhas
gerais, os estudos em regiões de fronteiras se apresentam em três matrizes: 1)
os estudos dos limites internacionais; 2) os estudos das frentes de expansão e;
3) e os estudos das regiões de fronteiras. Contudo, a forma de olhar estas
matrizes e pensar suas relações são diversas. Há autores que acreditam em uma
linearidade das pesquisas, onde os estudos sobre limites se encontrariam entre
o final do século XIX e começo do XX, as pesquisas sobre as frentes de expansão
estariam entre meados do século XX e as pesquisas sobre regiões de fronteira
seriam mais contemporâneas. Por outro lado, há pesquisadores que colocam os
estudos sobre limites e sobre frentes de expansão como pesquisas tradicionais e
as pesquisas sobre regiões de fronteira como abordagens contemporâneas e, até
mesmo, pós-modernas. No entanto, ao longo dos últimos dez anos, a grande
produção sobre o tema e a participação em importantes espaços de discussão,
como, por exemplo, o Congresso Brasileiro de Sociologia e o Congresso da
Associação Nacional de Pesquisa em Ciências Sociais, vêm demonstrando que estas
duas formas de organizar o debate se apresentam de forma mecânica e não
conseguem apreender todas as possibilidades de investigação. Na verdade,
constata-se uma grande conexão entre as diferentes abordagens, pesquisas que,
em simultâneo, questionam os limites internacionais, refletem sobre o impacto
das frentes de expansão e problematizam as diferentes relações sociais nas
regiões de fronteira simultaneamente.
Devido ao recente
interesse em tais regiões e temáticas derivadas, parte significativa dos
investigadores que estão se aproximando ou trabalhando nas fronteiras
correspondem a jovens pesquisadores, exigindo o amadurecimento dos fóruns de
discussão e um acompanhamento mais sistemático para o fortalecimento da área.
Neste sentido, acreditamos que uma das formas possíveis de aproximar os
pesquisadores dos diferentes níveis de formação deste debate, atualizando os
temas, as metodologias e as perspectivas teóricas, seja por meio do diálogo e
da troca de experiências entre investigadores e estudantes em eventos como o
Colóquio Internacional “Dinâmicas de Fronteiras”. Partindo do pressuposto que a
Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) corresponde a uma
universidade de fronteira e que, por isso mesmo, possui muito de suas demandas
e de seus problemas relacionados com esta especificidade, a instituição é
possuidora do Programa de Pós-graduação Sociedade, Cultura e Fronteiras, além de
um conjunto de linhas de pesquisa em fronteiras em outros cursos de
pós-graduação, como, por exemplo, na Saúde Coletiva e na Geografia. Neste
contexto, torna-se fundamental que a instituição tenha como uma de suas metas a
sua inserção institucional e de sua comunidade acadêmica no interior deste
debate.
Promotor: LAFRONT
E-mail do Evento: eric.cardin@unioeste.br
Coordenador do Evento: Silvio Antonio Colognese
Local:
Unioeste Campus Foz do Iguaçu
Av. Tarquínio Joslin dos Santos, 1300 - Lot. Universitario das Americas, Foz do Iguaçu - PR, 85870-650