O Seminário Internacional dos Espaços de Fronteiras (Geofronteiras) surgiu em 2011, como iniciativa do curso de Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Unioeste - Campus de Marechal Cândido Rondon. Aquele primeiro evento contou com a participação de acadêmicos, professores e demais pesquisadores do Brasil, da Argentina e do Paraguai, e ensejou a formação do grupo denominado "Geofronteiras". Desde então, este evento mantém sua periodicidade bianual, sendo realizado num dos três países integrantes. O Geofronteiras, já em sua VII edição, realizada neste ano de 2024, ampliou seu raio de abrangência, pois, - além das universidades participantes originárias (UNIOESTE, UFGD, UNaM e UNI), - incorporou oficialmente outras instituições nacionais e internacionais (UFRJ, UNICAN, UNILA, UNNE, UFMS-Corumbá) e hoje conta com mais participantes das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil, além de participantes de distintas universidades da Argentina, do Paraguai, do Chile, do México, da Venezuela e da Bolívia.
Após treze anos, o VII Seminário Internacional dos Espaços de Fronteiras foi novamente realizado na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) no Campus de Marechal Cândido Rondon, entre os dias 13 a 16 de novembro de 2024. Para esta VII edição, o tema escolhido, - em conjunto com pesquisadores das universidades integrantes da rede internacional Geofronteiras, foi: "Avanços e Retrocessos na Circulação Transfronteiriça" e, foi pensado face aos problemas percebidos em regiões de fronteiras da América Latina onde, mesmo em contextos de integrações econômicas regionais, a circulação transfronteiriça ainda é questão sensível. Ou seja, os controles não apresentam homogeneidade e, por vezes, sofrem alterações repentinas e unilaterais, restringindo a circulação de trabalhadores, estudantes, pesquisadores, indígenas e demais habitantes de regiões fronteiriças. Neste sentido, o tema do evento norteou as temáticas debatidas nas Conferências, Mesas e Grupos de Trabalhos (GTs).
A programação do evento contou com duas Conferências (abertura e encerramento), Mesas Redondas, seis Grupos de Trabalhos (GTs) para apresentação de trabalhos aprovados pelo comitê científico e lançamento de livros. Também, foi realizado um trabalho de campo em dois ambientes da fronteira Brasil/Paraguai: primeiro, em área de retomada indígena, na cidade de Guaíra (PR); segundo, em área de ocupação de brasiguaios num segmento do limite internacional Brasil/Paraguai (Mundo Novo - Mato Grosso do Sul)/Salto Del Guairá - Canindeyú).
A avaliação realizada ao final do evento reafirmou a importância de sua continuidade para contribuir com a manutenção e ampliação do diálogo entre os entre pesquisadores, instituições e governos, no sentido de pensar a gestão política territorial integrada em regiões fronteiriças. No diálogo entre pesquisadores nacionais e internacionais, também, foi recomendada a necessidade de investimentos públicos em pesquisas sobre problemas percebidos em regiões de fronteiras do Mercosul e da América Latina. Sugeriu-se, ainda, incentivar a aplicação prática dos resultados acadêmicos em políticas públicas, especialmente, em regiões fronteiriças mais vulneráveis. A promoção de encontros periódicos para a troca de experiências e a maior integração entre diferentes disciplinas das Ciências Humanas e Sociais, foram igualmente apontadas como essenciais.
As reflexões promovidas pelos palestrantes e pelas exposições dos trabalhos apresentados ativaram debates importantes sobre políticas públicas, segurança, planejamento urbano, integração, saúde, migração, trabalho, desenvolvimento sustentável, dentre outros. De igual modo, o evento contribuiu para o fortalecimento de redes de pesquisa colaborativa entre universidades nacionais e internacionais, além de fomentar metodologias inovadoras para pesquisas voltadas às regiões de fronteira.
O ANAIS, com 84 trabalhos, foi organizado por áreas de conhecimento, a partir de uma ordenação gerada pelo próprio sistema que não agrupa por Eixos ou Grupos de trabalho (GTs). Embora o foco do evento tenha sido fronteira(s), a comissão científica permitiu que estudantes e pesquisadores de universidades fronteiriças também pudessem participar com trabalhos que trazem outros olhares. Destaca-se que o conteúdo, a formatação e a correção gramatical dos trabalhos, são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores e não expressam necessariamente as opiniões dos organizadores. Desejamos que naveguem pelo site e tenham uma Boa Leitura!
Agradecemos o apoio e os recursos recebidos da Fundação Araucária (Ciência, Tecnologia e Inovação para o Paraná), Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Governo do Estado do Paraná), Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG), CAPES, Pró-Reitoria de Extensão (PROEX), Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGeo), Direção Geral do Campus de Marechal Cândido Rondon e Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE).
Os organizadores